quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

(Des)confortável

"Tudo é superficial, meu bem, tudo é epi-dér-mico." (Julio Cortázar, em "O jogo da amarelinha").

Que tal viver neste mundo "epidérmico", onde há anseios por qualquer coisa para a qual não se dá nome.
Na verdade, não se sabe quem ou como, estão todos perdidos em desejos fugazes. Dá trabalho construir relações, mantê-las e também se frustar com elas, afinal, somos uma geração com baixíssimo limiar para a frustração. Vê-se nas comunidades, sites de relacionamento na internet, em que todos são bonitos, legais, agradáveis e sem defeitos. Ninguém quer descobrir a "feiúra" alheia, daí mantém-se tudo âmbito do "epidérmico", "subcutâneo" já é arriscado e pode ser perigoso demais.

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